02.02.13

PSICOPATAS \ Pedrinho Matador: O Dexter Brasileiro

O ser humano nasce com uma personalidade definida ou o meio molda as características de acordo com o passar do tempo? Centenas de teorias e estudos debatem essa questão há muito tempo. Inclusive, psicólogos e filósofos já foram vistos disputando um X2 no CS pra ver quem tinha razão. Mas alguns personagens reais apontam o placar para o lado que defende que os acontecimentos da vida podem estragar ou arrumar uma mente doente.

Pedrinho “Matador” começou a vida com o pé esquerdo. O pequeno garoto nasceu com problemas no crânio por ter sido agredido pelo pai ainda na barriga da mãe. Cresceu assistindo cenas tão ou mais violentas que os mais sórdidos filmes de suspense, até que aos 14 anos de idade cometeu seu primeiro crime: matou o vice-prefeito da cidade onde morava. O motivo? O cara havia demitido seu pai, um guarda da escola municipal, acusado de surrupiar a merenda da molecada. Pouco tempo depois Pedrinho deu cabo à vida de outro guarda, que acreditava ser o verdadeiro ladrão da história.

Antes de completar 18 anos, o moleque já havia conquistado a mulher do dono de uma boca de fumo e assassinado uma penca de traficantes. Virou o pica da parada.

Mas sua amada acabou executada por policiais. Arranjou um outro amor, Aparecida, que mais tarde também acabou morta, dessa vez por traficantes rivais. O justiceiro foi fundo na vingança, torturando e matando mais um monte de gente que ele acreditava ter culpa por sua tragédia familiar. No fim da jornada, adentrou o casamento do suposto mandante do assassinato de sua mulher e deixou ali mais 8 vítimas fatais e vários feridos.

Acabou preso logo depois. Passou toda a vida adulta na prisão e lá empilhou mais uma quantidade enorme de novas vítimas. Entre elas o seu pai, de quem arrancou um pedaço do coração com a faca, mastigou (PORRA!) e cuspiu fora. O castigo veio porque o velho esfaqueou a mãe do Pedrinho, que nunca deixou nada barato.

Com mais de 100 assassinatos nas costas, Pedrinho é considerado o maior homicida brasileiro. Um cara tranquilo, frio e livre de qualquer noção do que é certo ou errado. Típico dos maiores psicopatas já diagnosticados e certamente um grande personagem de filme (ou série) de suspense, daquele tipo que dá medo e você torce pra que morra no fim. Ou não.

Sobreviveu a toda desgraça e ineficiência do sistema penitenciário brasileiro fazendo o que faz de melhor na vida: matar.

Com 34 anos de reclusão, Pedro Rodrigues Filho é o brasileiro que mais tempo passou preso. Sobreviveu a toda desgraça e ineficiência do sistema penitenciário brasileiro fazendo o que faz de melhor na vida: matar.  Foram 49 presos desovados desse mundo, sem arrependimentos, sem compaixão e com requintes de crueldade. Em entrevistas, costuma jurar de morte o “Maníaco do Parque”, serial killer que açoitava vidas de mulheres, coisa que Pedrinho não tolera. O cara que ostenta uma tatuagem em seu corpo com a frase “mato por prazer” costuma dizer que “todo ser humano é podre”.

O “Dexter Brasileiro” se assemelha ao personagem do seriado por eliminar bandidos, se guiar por um tipo de código e representar o psicopata clássico. Ambos despertaram pra vida em meio ao caos da violência urbana, matam por prazer e têm em seus pais a figura mais importante para o seu instinto assassino. Mas a vida real não tem graça, é fria, macabra e difícil de encarar. Por isso recomendo aos queridos que até aqui leram que assistam ao seriado Dexter.

Melhor de tudo: Dexter é de mentirinha.

1 – Instintos

Se você sentiu asco da história do camarada Pedrinho, certamente vai se ver em um dilema pessoal no decorrer da série. Dexter é um perito em sangue que trabalha na polícia de Miami e leva uma vida normal. A narrativa mostra a visão do serial killer, seus rituais assassinos e sua frieza ao fingir ser um cara normal. Os argumentos dos pensamentos de Dexter Morgan transportam o espectador pra dentro da sua mente psicopata. Um antissocial regido por um código de conduta criado por seu pai policial para driblar o sistema e eliminar os mais sórdidos bandidos da cidade. Uma forma de canalizar o instinto. É tão convincente que quase te faz sentir um pouco daquilo. Aí você pausa a série e pensa “puta que pariu, estou torcendo pelo serial killer!”.

2 – Suspense

Os roteiros de Dexter fogem dos clichês de filmes e séries do gênero. As temporadas são consistentes e com reviravoltas imprevisíveis. Afinal, nunca sabemos se o “mocinho” será preso ou morto por causa dos seus crimes. Isso eleva o suspense a um nível estranho, já que a aflição te divide entre torcer para que ele seja pego ou para matar o próximo bandido de uma vez.

Agora imagino como seria uma série contando a vida do “Dexter Tupiniquim”. O pavor dos colegas de prisão tendo pesadelos com o Matador e vivendo um eterno suspense a cada banho de sol. Dizem que ele matou um colega de cela por roncar demais.

3 – “Vilões”

É de praxe que uma história tenha um vilão. Mas quem é o vilão dessa história? O policial que persegue o serial killer querido? O serial killer querido que mata outros seriais killers (nunca pensei que escreveria isso no plural)? Ou os outros seriais killers aos quais não temos tanto apreço quanto o Dexter?

Na verdade, não importa nesse caso. Em cada temporada existe um algoz foda (com o perdão da palavra). Geralmente interpretados por excelentes atores, esses caras praticam suas delinquências, perseguem e são perseguidos pelo “Passageiro Negro” de Dexter Morgan. Consigo facilmente imaginar o Pedrinho “Matador” como vilão de uma temporada.

4 – Debra Morgan

Dexter tem uma irmã policial que não tem ideia do passatempo do irmão mais velho. Com ela você terá a oportunidade de aprender palavrões que nunca imaginou. É muito bonita, mas não é gostosa a ponto de assistir a série pra ficar olhando suas curvas. Até porque perto dela o Keith Richards pode ser considerado um cara gordo.

Uma personagem de personalidade forte e que toma um espaço muito interessante na história.

5 – Abertura

Poucas vezes vi uma abertura de seriado que fosse tão incrível como a de Dexter. Bem dirigida, fotografia excelente e um roteiro que acaba resumindo o que é a série. Apenas assista:

O interessante de Dexter é que ele é um personagem de ficção, baseado na série de livros “Darkly Dreaming Dexter” de Jeff Lindsay, que consegue narrar de forma muito convincente o que se passa na mente perturbada de um serial killer. É tão convincente que torna a história de Pedrinho quase ficcional. Quase. Pedrinho é assustadoramente real, personagem de uma vida tão difícil de imaginar que duvido que exista um roteirista capaz de desvendar o que se passou durante aqueles 34 anos de prisão.

2 Responses to Pedrinho Matador: O Dexter Brasileiro


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