Ok, não posso afirmar que essa regra seja invenção exclusivamente minha, pois essa é uma daquelas velhas teorias que se aprende em um bom papo de mesa de bar. Já faz algum tempo, mas isso aconteceu justamente no fim de um happy hour. Estávamos em três amigos na mesa do bar, e ao fechar a conta notamos que bebemos exatamente 10 cervejas. Lembro-me também que o valor total ficou em pouco mais de 60 reais, com direito a porção de tilápia frita – é, já faz muito tempo mesmo! Até aí tudo bem. Mas, de repente, um dos mosqueteiros resolveu reparar no preço da Brahma que havíamos consumido para então lamentar-se “putz, com apenas 6 pilas a mais teríamos tomado Brahma Extra!” Olhamos imediatamente para o indivíduo e o encaramos sem entender direito, com o rostos de quem diz: “explique isso, Einstein” - e ele respondeu prontamente: “ela estava apenas sessenta centavos mais cara”. Confesso que de nada adiantou, acredito que o efeito das cervejas já tinha comprometido o raciocínio. Continuamos com o mesmo olhar, ele então facilitou um pouco: “tomamos 10 cervejas, lembram?” Acredito que naquele momento, e apenas naquele momento, eu tive a mesma sensação que Michael Jackson teve quando inventou o passinho Moonwalker.
Achei aquilo simplesmente genial! Afinal, teria saído apenas dois reais a mais por cabeça por uma cerveja melhor.Então resolvi aplicar essa sábia teoria também com as long necks. Sempre preferi as long necks, não que eu não goste das tradicionais 600ml, é por uma questão mais pessoal, gosto de compará-las às mulheres: são mais bonitas, delicadas e ergonomicamente perfeitas. O raciocínio é rápido e fácil, se vou ao mercado e a lata de Brahma está por 1,95 e a Stella Artois por 2,30, vou gastar apenas 3,50 a mais! Afinal de contas: o que diabos você consegue fazer com míseros 3,50!? E, convenhamos, 10 long necks é um número mais do que suficiente de cervejas para qualquer beberrão cavalheiro. Mas, antes, uma dica: sempre roube para o lado da melhor cerveja, assim você vai ter a ilusão de estar levando ainda mais vantagem. Ou seja, se a pior cerveja custar 1,97 (é claro que para facilitar as contas consideraremos 2 pilas!) e a melhor custar 2,33, não faz sentido não arredondarmos para 2,30. É bastante curioso como isso funciona bem! Em especial quando você está na sexta ou sétima pequena garrafa – sempre vai facilitar as contas.
Acredito que naquele momento, e apenas naquele momento, eu tive a mesma sensação que Michael Jackson teve quando inventou o passinho Moonwalker.
Isso foi apenas o primeiro passo, logo veio a curiosidade de provar cervejas mais “especiais”, que, consequentemente, são especialmente mais caras – mas isso não é uma regra. Um grande amigo apreciador de vinhos uma vez me disse que nem sempre os vinhos mais caros são os melhores, fique atento pois essa mesma dica se aplica às cervejas. Já experimentei cerveja de 60 reais que eu não trocaria por uma de R$ 6. Para quem está começando, e ainda acha um absurdo pagar a média de 12 pilas por uma Baden Baden, ou uma Guinness, sugiro as eisenbahns! São cervejas ótimas, em especial a Eisenbahn Dunkel – é uma cerveja lager escura com um gostinho de torrado no final, degustá-la com comidas mais temperadas ou churrasco é perfeito! E para quem gosta de cervejas mais “leves”, sugiro a Eisenbahn Kölsch – é uma cerveja tipo Ale perfeita para se saborear com peixes. Garanto que em pouco tempo você se dará ao prazer de experimentar uma Newcastle.
Uma coisa curiosa é que há algum tempo atrás, tomar cerveja boa era sinônimo de tomar cerveja importada. Esqueçam essa velha máxima! As cervejarias artesanais ou micro cervejarias brasileiras estão dando show de bola em qualidade, criatividade e bom gosto. Afinal, que outro país teria a ousadia de misturar mandioca ou mel de abelha nas cervejas? Leia-se Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto. E a lista não para por aí, poderíamos incluir a Dado Bier, de Porto Alegre, a Teresópolis, do Rio, Opa Bier, de Joinville… todas marcas com uma gama enorme de sabores e aromas.
E, mulheres, por favor, acompanhem seus respectivos nessa empreitada. Vocês não sabem o quanto é prazeroso dividir uma cerveja agradável com uma companhia deliciosa. Sou casado há quase 2 anos, sei que é pouco tempo, mas vocês não têm ideia do quanto é bom quando minha pequena chega em casa e, de vez em quando, traz duas ou três novas marcas e fala: “ainda não provamos essas, né?” Garanto que em pouco tempo você ficará com o paladar mais apurado e não vai precisar mais da regra das 10, vai aprender a valorizar uma cerveja especial. Até porque, convenhamos: chega uma hora na vida do homem em que a qualidade deve importar mais que a quantidade.
Espera um pouco, sobre o quê estamos falando mesmo? Mulheres ou cerveja?
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