“Ooooo a seleção voltooooo… a seleção voltoooo… a seleção voltooooOOO…” Esse grito não explodiu no Estádio Nacional Mané Garrincha, uma pena. Um pequeno grupo puxou a batida ali a uns 50 metros da cadeira 25, setor 410 no anel superior, mas não foi generalizado. “A seleção voltou”, naquele momento da partida, dois a zero pra gente, representava bem o espírito da coisa. Como disse (e diz toda hora sem parar) o Galvão Bueno, a torcida está louca pra se apaixonar mais uma vez pela seleção.
É a segunda vez que vou ao estádio assistir a uma partida do selecionado brasileiro. A primeira vez foi em 2002, com a primeira versão da família Scolari. Mas foi um jogo sem grandes emoções. Era amistoso, não valia muita coisa e foi contra a poderosa Islândia. Dessa vez foi diferente. Jogo oficial, o tal padrão FIFA, Dilma, Blatter, cadeira marcada, protesto… foi outro espírito. Imagina na Copa? Saí muito feliz do estádio. Talvez a felicidade se justificasse apenas nos litros de Budweiser consumidos na arena. Mas não, vi muita coisa boa em Brasília.
MEU DEUS! É UM JOGO DE FUTEBOL! Não é uma apresentação de teatro na Broadway!
A única coisa que me deixou triste foram os brasileiros que ali estavam procurando motivo pra reclamar. Tem defeito e falha no processo? Claro que tem. Assim como todos os lugares no mundo. Vaiar presidente não é invenção de brasileiro, muito menos manifestação na porta do estádio. Portanto a primeira coisa que a gente tem que tirar da cabeça é a expressão: “só no Brasil mesmo”. Vi gente reclamando de fila no bar, reclamando que o telão não passava o replay do lance, reclamando de erro do terceiro bailarino da segunda fileira que errou um passe na cerimônia de abertura. Reclamando das fileiras apertadas, da falta de sinalização… MEU DEUS! É UM JOGO DE FUTEBOL! Não é uma apresentação de teatro na Broadway! Tem cidade aí que até outro dia nem estádio tinha! A Copa das Confederações é chama de evento teste justamente para ver e corrigir algumas falhas. Acho que essa onda de ressaltar o lado negativo virou moda. “Sou crítico, vou sair falando mal de tudo!” Mania de reclamar da vida.
Só acho que deveríamos nos esforçar um pouco mais e lembrarmos das coisas boas. Sei lá, prefiro passar para as pessoas o lado positivo que presenciei. A atenção e educação dos voluntariados. A beleza do estádio, a visão do campo sem nenhum ponto cego, a proximidade com os jogadores, o respeito que o povo tem pelo lugar marcado e, claro, a seleção brasileira emocionando seu torcedor. Eu não sou parâmetro, choro até com a vinheta do Esporte Espetacular, mas como não se emocionar com o hino nacional cantado por 70 mil corações? Como não se emocionar com a beleza da cerimônia de abertura? Gritos de Olé, Neymar, Fred, le, lele ô, lelé ô, lele ô, Brasil!… É, a seleção voltou! Feliz de mais com isso!
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