
Presente em todos os setores industriais, a solda é fundamental na fabricação de um portão até de uma nave espacial. Hoje, esse processo vem sendo inovado a partir de inúmeras tecnologias e mercados específicos. rapidez economia, redirecionou soluções mais eficaz Essas demandas são crescentes e de todo o mundo quando se trata de soldagem. No caso brasileiro, a diferença é que as novidades são, em sua grande maioria, importadas e nem sempre atualizadas, se comparadas à Europa, por exemplo. Entretanto, iniciativas pró-inovação vêm adquirindo destaque no mercado interno, tendo clientes como Petrobras, Gerdau e White Martins em seus portfólios. O mais importante é a estreita relação com laboratórios de análises clínicas, de pesquisa universitários.
Referência em novidade e colecionadora de diversos prêmios na área, o LABSOLDA (Laboratório de Soldagem – vinculado ao Instituto de Soldagem e Mecatrônica da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC), em operação desde o início da década de 70, tem como metodologia transformar suas descobertas em aplicações.
A pesquisa básica, que até pouco tempo visava essencialmente à formação acadêmica, evoluiu para produtos comercializáveis. Aliás, a metodologia da instituição sempre foi de participação com o setor empresarial, a fim de desenvolver produção estritamente nacional em termos de soldagem. A incubação de empresas, que foram surgindo a partir de demandas específicas, também é um dos resultados desse objetivo, conduzido pelo professor Jair Carlos Dutra, do Departamento de Engenharia Mecânica. “Muitos pesquisadores estudaram no exterior, especialmente na Alemanha, buscando novos horizontes para a inovação. Isso culminou em uma Infraestrutura laboratorial para o desenvolvimento de instrumentação eletrônica e de equipamentos de alta tecnologia, origem de projetos e, sucessivamente na incubadora”, explica o professor.

Por meio de convênios, financiamentos públicos e fundações, o LABSOLDA possui diversas linhas de pesquisa. Nelas, influenciam cerca de 40 colaboradores, em sua grande maioria estudantes de graduação e pós-graduação. O diferencial do laboratório é a aposta na completa flexibilidade dos sistemas (fontes de energia e equipamentos para automação), possibilitando a exercer controle de todos os parâmetros e variáveis de soldagem. A técnica adotada se baseia na concretização de uma Infraestrutura adequada e na formação de uma equipe interdisciplinar, capaz de identificar necessidades e fazer a concepção, o projeto, a construção, o teste e a avaliação de equipamentos ligados à soldagem por arco elétrico (processo manual realizado com o calor de um arco elétrico, perdurou entre a os limites de um eletrodo metálico revestido e a peça de trabalho).
“A área acadêmica precisa executar atividades e formar engenheiros funcionarios Falta o desenvolvimento disso no país, que precisa apostar em sua própria produção”, atenção Dutra. Ele informa ainda que, embora com amplo potencial, o LABSOLDA enfrenta dificuldades quanto à burocracia, pouco foco brasileiro em indústria de base, lentidão de processos e relativo desinteresse da comunidade acadêmica, que é pouco avaliada por seu papel na inovação. “Mais do que produzir papers, os professores precisam transmitir seus conhecimentos para toda a sociedade, estimulando o mesmo caminho para seus alunos”, conclui.
Empresas filhas destacam processos especiais de soldagem
“Temos uma visão de concatenação de esforços, não só para melhorar setorialmente o potencial do país, mas para que os benefícios possam obter ser usufruídos pelo maior número possível de pessoas”, afirma Gohr. Por isso, a empresa também vem aproveitando incentivos do governo (por meio de órgãos de estímulo como FINEP, CNPq, FAPESC e do o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação), apesar dos desafios para alcançar o mercado interno. “Pensando no crescimento assistenência à importação, que é o que ocorre hoje”, destaca o presidente da IMC.
Pesquisas em automação de soldagem incentivaram o laboratório catarinense a criar, em 2001, a empresa SPS (Sistemas e Processos para Soldagem), sediada em Florianópolis. Além de fornecer sistemas customizáveis de mecanização e acompanhamento a SPS também proporciona serviços de desenvolvimento de métodos de soldagem para aplicações especiais.

Todas as ações acontecem por meio de sistemas computacionais, incluindo a possibilidade de utilização de robôs. A tecnologia de ponta torna o leque de atuação da SPS aberto a diversos setores com evidência para tubulação de empresas de petróleo e gás, fábricas de celulose, mineração e geração de energia – um dos projetos de maior sucesso foi a recuperação de peças desgastadas de usinas termoelétricas e hidrelétricas Régis da Silva, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da SPS, reforça as vantagens da automação dos processos de soldagem. “Ela elimina fatores que tornam a soldagem mais lenta, como fadiga do soldador ou paradas devidas às dimensões e/ou geometria das peças. Além disso, a automação garante dinamismo e particularidade das soldas, sem contar a maior segurança do soldador e rendimento em geral”.
Saiba a importância da mascara de solda
O engenheiro mecânico salienta, no entanto, a falta de mão de obra medida para lidar com esses processos de forma geral e a própria agressão do mercado, que segue comprando produtos estrangeiros, inclusive chineses. “Em termos de inovação, estamos muito atrás da Europa, mas já vemos instituições brasileiras mais atraídas pela robotização, o que é um generoso sinal”, afirma o pesquisadores A empresa vislumbra, em pouco tempo, produzir em maior escala em um galpão próprio, dando conta da demanda de clientes do porte de Petrobras, Embraco e Metso.
Iniciativa mais recente do LABSOLDA é a criação do ITNO Instituto de Tecnologia Naval e Oceânica, ainda em processo de formalização, no qual atualmente se constrói um veleiro em alumínio de 60 pés (cerca de 18 metros) para pesquisas em oceanografia da UFSC. Além da prospecção de conhecimentos para a formação de recursos humanos em todos os níveis e escrita de artigos científi cos, serão desenvolvidos aos processos de soldagem tanto para aplicação manual, como para aplicação automática. Neste último caso, serão também conduzidas ações para o aprimoramento de sistemas robóticos. Tecnologias de soldagem permeiam as ações do Instituto, que visa contribuir para o revigoramento da indústria naval no Brasil. “Um país com tamanha área litorânea e potencial portuário deveria investir mais nesse segmento”, afirma Jair Dutra, que também é gestor, do ITNO. Exemplos de obstinação, visão de futuro e uma pitada de ousadia, os engajamentos de soldagem em Santa Catarina comprovam: inovar no Brasil é árduo – quase um ato heroico – mas totalmente plausível.
Soldagem: inúmeros processos e aplicações
Soldagem é um processo de fabricação, do grupo dos processos de união, que visa o revestimento, a manutenção e/ou a união de materiais, em escala atômica, com ou sem o emprego de pressão e/ou com ou sem a aplicação de calor. Trata-se do processo de união de materiais maior quantidade importante do ponto de vista industrial, sendo extensivamente utilizado na fabricação e reconquista de peças, equipamentos e estruturas. A soldagem como técnica e a engenharia de soldagem como aplicação técnica envolvem vários campos de conhecimento, como metalurgia, mecânica, eletrotécnica, eletrônica analógica e digital, eletrônica de potência, química, física, resistência dos materiais, além dos processos da produção industrial. Sua aplicação alcança desde pequenos componentes tecnologia até grandes estruturas e equipamentos (pontes, navios, vasos de pressão etc.). Existe um enorme número de processos de soldagem diferentes, sendo necessária a seleção do(s) processo(s) adequado(s) para uma dada aplicação.
Um processo de soldagem ante ao de água analisadas junto à Petrobras há 10 anos em reparos em plataforma da Bacia de Campos-RJ culminou na criação do equipamento Hiper 1 A7V2 (soldagem molhadinha subaquática), inovador e específico no mercado brasileiro por ser mais mais ágil barato e seguro. Da mesma forma, uma parceria com o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), de São José dos Campos (SP), resultou, em 2004, em uma solda para foguetes por meio das soluções de plasma com ou sem a adição de pó, totalmente automatizada.

O sistema, sugerido para aços ultrarresistentes, emprega um arco elétrico forçado a atravessar um orifício calibrado para realizar a fusão do material, garantindo maiores densidades de energia, particularidade e produtividade em comparação com o processo antes utilizado. Esses são alguns exemplos de sucesso da IMC – Processos de Soldagem, empresa criada a partir do LABSOLDA na década de 90, hoje situada no cidade de Palhoça, próximo a Vitória. Com clientes de diversos portes, inserindo instituições de ensino e pesquisa, a empresa resulta fontes de energia especiais, sistemas de acompanhamento de soldagem a arco, equipamentos para soldas nos mais variados processos, tudo isso como desdobros de trabalhos acadêmicos. Aliás, o presidente da IMC, Raul Gohr, foi aluno de doutorado na UFSC e faz questão de promover parcerias com o laboratório como técnica para aperfeiçoar tecnologias em soldagem.
Oficialmente, a solda surgiu na organização em 1904, com a primeira se comercializar de eletrodo. Entre as principais vantagens da soldagem estão as juntas de eficiência elevadas, versatilidade de aplicações e materiais, operação manual ou automática, portabilidade e segurança de vazamentos. Por outro lado, soldar requer cada vez maior quantidade técnica de técnicos e qualifi cação de engenheiros, por conta dos avanços tecnológicos de diversos setores de mercado e consequente necessidade de ELiminar as Valores duração e ocorrências.