4 Verbos » Degustar http://4verbos.com.br Assista, deguste, pense, faça. Mon, 10 Feb 2014 17:06:59 +0000 pt-BR hourly 1 http://wordpress.org/?v=3.4.1 Aprenda a fazer um Beef and Guinness Stew http://4verbos.com.br/aprenda-a-fazer-um-beef-and-guinness-stew/ http://4verbos.com.br/aprenda-a-fazer-um-beef-and-guinness-stew/#comments Tue, 09 Jul 2013 20:56:15 +0000 Ismael http://4verbos.com.br/?p=1445 Para comemorar dois anos de casados, resolvi economizar um pouco e conhecer a Irlanda. A nossa ideia era degustar cervejas direto da fonte e descobrir de uma vez por todas se existem duendes naquele país. A gastronomia não estava em nosso roteiro, porém, aquele chuvoso lugar nos deu um presente divino, o Beef and Guinness Stew, um saborosíssimo ensopado com cerveja Guinness.

Assim que experimentamos a iguaria em um tradicional pub local, eu olhei para minha esposa e disse com sorriso na alma: ‘ainda farei isso em casa, seja lá o que isso for!’ E ela me respondeu: ‘tente sim, talvez consiga.’ Não sei se foi pelo efeito dos pints já tomados, mas aquele ‘talvez’ me soou como um leve desafio!

Duvido que fique igual.

A primeira vez que fiz não ficou igual, mas ficou muito bom. Não contente com o resultado comecei a modificar a receita para deixar o mais próximo possível do que experimentei no pub. É uma receita bastante adaptada, com modificações e ingredientes fáceis de encontrar em qualquer cidade brasileira. E, acreditem: a coisa é boa!

Segue abaixo a receita, seguindo os passos à risca não tem como dar errado. Faça e depois diga o que achou, se surgir dúvidas é só me perguntar nos comentários.

Receita para 6 pessoas:
| 1,2 kg de carne (coxão mole)
| 1 cerveja Guinness
| 1/2 pimenta dedo de moça sem semente
| Mostarda amarela
| Shoyu
| Sal
| 5 dentes de alho
| 2 batatas pequenas
| 3 tomates
| 1 cebola grande (ou 2 médias)
| 200 gr de mini cenourinha
| Mini cebolas (uma quantidade generosa, não sei o quanto, vai no olho mesmo!)
| 1 bandeja de cogumelos grandes (uns 5 cm de diâmetro) – eu os chamava de cogumelos Paris, uma amiga (Mari) me disse que é champignon fresco – para não ter dúvidas, é esse aqui, ó.

Modo de fazer:
Corte a carne em cubos de 2,5 a 3 cm, tempere com uma quantidade generosa de mostarda (compre uma mostarda boa! Lembre-se: você está colocando a vida de uma Guinness em risco), um pouco de shoyu e a pimenta cortada bem pequena. Não seja preguiçoso, corte a carne, não peça ao açougueiro! É só falar assim: “quero um pedação de coxão mole com pouco mais de 1 kg!” Sempre dá certo, os açougueiros entendem isso.

Jogue a carne na panela de pressão e dê uma selada de migué, junto com a cebola grande picada e o alho. Despeje a Guinness e coloque sal, as batatas picadas pequenas e os tomates. As batatas e o tomate vão desmanchar, não se desespere, elas servirão para engrossar o caldo. Depois que chiar espere 20 minutos, desligue o fogo e tire a pressão debaixo da torneira.

Agora, coloque o cogumelo – ele deve estar descascado e cortado em fatias de 5 a 6 milímetros (sim, estou com uma régua na mão) ele deve ficar meio grosso caso contrário some, você sempre vai achar que é cogumelo pra cacete, mas não é, jogue toda a bandeja. Acrescente ainda as mini cebolas e as mini cenouras. Dê uma mexida, feche novamente a panela e desligue 4 minutos após aquela boa e velha chiada.

Pronto! A mágica está completa. Agora é só fazer um purê de batatas e montar junto no prato. Ele deve ficar mais ou menos assim:

O que me diz?

Se você for casado, peça para sua digníssima fazer o purê de batatas, eu segui essa receita e deu certo. Caso você não seja, vale mais a pena aprender fazer purê. Esse ainda não é o motivo para casar!

Na Irlanda os caras fazem com rodelas de cenouras grandes, eu deixei o prato mais afrescalhado utilizando as mini. Mas próxima vez que eu fizer vou mandar tomates cerejas inteiros no final junto com cenourinha, cogumelos e cebolinha. Sei que vai ficar ainda mais afrescalhado, mas talvez dê um toque bacana à receita.

E não conseguimos descobrir se existe ou não os tais duendes na Irlanda. Culpa de um nativo boa praça que, ao devolver nossos passaportes no aeroporto, soltou um “muito obrigado” com um sotaque bem curioso. Tenho minhas dúvidas se aquele cabeça vermelha não era um deles!

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“A primeira provada” http://4verbos.com.br/a-primeira-provada/ http://4verbos.com.br/a-primeira-provada/#comments Wed, 12 Jun 2013 13:00:49 +0000 Leandro Magalhães http://4verbos.com.br/?p=1324 O vídeo não é novo, mas também não é tão velho assim. Não é uma ideia 100% original, mas também não é igual aos outros. Pouco importa. Ele mostra a uma das coisas mais deliciosas da infância: a naturalidade. Criança não sabe fingir. Tudo é muito verdadeiro. Elas são capazes de mostrar claramente quando gostam ou não de algo e mostrar suas expressões de surpresas pela descoberta do novo, como você pode ver no vídeo, todo feito em câmera lenta pra acentuar a nossa percepção das reações:

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Paulaner Hefe-Weissbier Naturtrüb: uma santa Ale http://4verbos.com.br/paulaner-hefe-weissbier-naturtrub-uma-santa-ale/ http://4verbos.com.br/paulaner-hefe-weissbier-naturtrub-uma-santa-ale/#comments Thu, 21 Feb 2013 12:15:51 +0000 Luciano Marino http://4verbos.com.br/?p=995 A já tradicional (por que não?) seção ‘Cervejas que amamos’ volta para falarmos da Paulaner Hefe-Weissbier Naturtrüb, uma Ale saborosa e balanceada em todos os seus ingredientes. Uma autêntica alemã, sendo mais específico. Não preciso redigir uma palavra que seja para lembrar da imensa tradição germânica quando se fala em cervejas de qualidade. Na verdade, o fato de ser uma cerveja alemã foi o que me fez optar por ela nesta segunda postagem. Explico.

Ontem a noite, quando saía da academia, refleti por um instante: corri 40 minutos na esteira, nadei 1.200 m e me matei na musculação, acho que posso me dar o direito de tomar uma boa cerveja. Fui ao supermercado 24h mais próximo e me dirigi à seção de cervejas especiais. Fiquei mais de 20 minutos olhando para todos aqueles rótulos, eram muitos. - Caramba, isso é post que não acaba mais! Escolhi, escolhi, cocei a cabeça, continuei escolhendo… e continuei na dúvida. Qual devo levar?

Ao meu lado, estático, um senhor de 60 e poucos anos, barba e cabelos grisalhos, óculos de grau alojados na ponta do nariz e expressão convicta de quem conhece todos os atalhos da vida. Passaria facilmente por um professor de álgebra do Ensino Médio, um aposentado da Receita Federal ou um artista plástico. Ele lia um rótulo tão compenetradamente que aquilo lhe conferia a imagem de alguém que conhecia muito bem do assunto. Era um sábio, logo sentenciei. Pensei em puxar assunto, mas lembrei da minha extrema tolice no tema. Preferi apenas me decidir de uma vez por todas e então pesquei uma alemã da prateleira.

Uma gelada agora ia bem.

Cheguei em casa e comecei meu ritual para degustá-la. Sobre a mesa, papel, caneta, um copo para cervejas tipo weiss e a bola da vez: a Ale dos monges. Devo lembrar que cervejas do tipo weiss devem ser servidas seguindo algumas recomendações. Primeiro despeje a cerveja lentamente em um copo inclinado, a ideia é evitar que forme muita espuma. Deixe então alguma quantidade de cerveja na garrafa. Agite (a garrafa, não o copo) em movimentos circulares para que a levedura, depositada no fundo, seja misturada com a cerveja e forme uma espuma cremosa. Finalmente deposite essa espuma sobre a cerveja que está no copo. E sim, isso foi um Ctrl+V.

Antes de dar o primeiro gole anotei as minhas impressões visuais daquele nobre líquido. Fitei atentamente a coloração dourada, a espuma avantajada e a densidade levemente turva – isso deve-se ao fato dela não ser filtrada, foi o que li em algum lugar. Então finalmente dei uma bebericada e , de cara, notei que não estava diante da cerveja mais amarga do mundo. Minha única referência de cerveja de trigo sempre foi a Erdinger – por isso tinha o copo apropriado em casa. Aguardei o tal “final” e… nada. Definitivamente seu amargor estava de médio para baixo em alguma escala que mede essas coisas. Meu plano era colher todas as minhas impressões e depois comparar com o que dizem os especialistas. Queria descobrir a minha real escala de ignorância.

Confesso que fiquei animado e, até certo ponto, embasbacado quando encontrei análises bem parecidas com a que eu tinha feito. Não me empolguei muito, é bem provável que tenha sido mera coincidência. Prefiro degustar mais algumas marcas antes de sair me esnobando por aí.

Quem entende diz que:

O aroma é ressaltado, frutado e adocicado, com todos os elementos básicos de uma boa Weiss. Trata-se de uma cerveja de corpo médio e alta carbonatação. Além das notas aromáticas, acrescentam-se cereais e um levíssimo amargor que não perpetua, mas tempera o conjunto.

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Wells Bombardier: para começar direito http://4verbos.com.br/wells-bombardier-para-comecar-direito/ http://4verbos.com.br/wells-bombardier-para-comecar-direito/#comments Mon, 18 Feb 2013 13:56:39 +0000 Luciano Marino http://4verbos.com.br/?p=881 Posso afirmar com rara convicção que não sou especialista em absolutamente nada nesta vida, especialmente na vida propriamente dita. Mas sei que gosto de degustar uma boa cerveja de vez em quando. Não estou me referindo apenas às populares Pilsens que saboreamos em churrascos, partidas de futebol, casamentos, formaturas, velórios (?) ou qualquer outro evento social que peça uma birita para acompanhar os protocolos. Estou me referindo às cervejas mais nobres, os tais ‘rótulos especiais’. Como pode perceber, não sou nada besta, apesar da cara e do jeito de andar.

Digo isso porque quero inaugurar aqui, no verbo ‘Degustar’ do 4 Verbos, uma espécie de seção que batizei de ‘Cervejas que amamos’ (não ando muito inspirado para batizar seções). A ideia é pingar por aqui, sempre que as circunstâncias permitirem (como diria um popular líder político durante a Revolução Francesa), uma dica de cerveja especial para servir de sugestão aos amigos que visitam a casa (este parágrafo está ficando enrolado com todos esses parênteses, melhor finalizá-lo por aqui e começar um novo).

Mas, torno a lembrar, não sou especialista em bulhufas de nada, não espere ler aqui que a cerveja tal é melhor porque sua produção é feita em toneis de carvalho em regiões com temperatura entre 14,67º e 15,76º. Pelo menos comigo a coisa será bem menos criteriosa. Nem em 1 milhão de anos eu saberia diferenciar um sabor médio levemente frutado de algo tostado com um final caramelo tendendo para o amargo. Se busca por isso sugiro que dirija-se ao Clube do Malte ou Mr. Beer – verdadeiras enciclopédias da cerveja.

E é com essa introdução mequetrefe que eu declaro aberta a nova categoria. Sinta-se a vontade para escrever nela sempre que encontrar uma boa pedida por aí. E para começar direito, escolhi a Wells Bombardier, uma cerveja inglesa supimpa de boa. Não errei na escolha do primeiro rótulo, a cerveja com nome de fabricante de aviões vem da região de Bedford, Inglaterra. A história da cervejaria é, até certo ponto, curiosa.

Seu fundador, um tal te Charlles Wells, era um jovem marinheiro mercante no final do século 19. Não sei direito o que fazia um marinheiro mercante por aqueles lados da Europa, mas parece que não era algo bem visto pela sociedade patriarcal dominante.  Tanto é que após se engraçar com uma moçoila britânia, o nosso querido Charles ouviu de seu futuro sogro a seguinte condição: ou larga a vida em alto-mar ou nada de casamento. Por sorte, Charles abandonou a vida nômade, comprou uma cervejaria e se casou com a inglesinha. Foi o início de uma das mais tradicionais e emblemáticas cervejarias do país da rainha.

Passados mais de 130 anos e a empresa de Charles, hoje conhecida como Wells & Young, oferta à seus fregueses a Wells Bombardier. Seu preço, nada amigável, varia entre 18,50 e 26,50 reais por uma garrafa de 500ml – mas garanto que vale cada centavo. O ideal é que seja servida em um copo tipo Pint (farei um post especial sobre todos os tipos de copo). Para quem quer se embrenhar neste universo das cervejas nobres, a Wells Bomardier é um excelente ponto de partida. Palavra de quem não entende nada de coisa alguma.

É isso, avisei para não esperarem muito. Semana que vem eu volto.

Quem entende diz que:

SEU AROMA E SABOR SÃO BEM EQUILIBRADOS, levemente frutada e com o amargor característico dos lúpulos ingleses.

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A infalível regra das 10 http://4verbos.com.br/a-infalivel-regra-das-10/ http://4verbos.com.br/a-infalivel-regra-das-10/#comments Mon, 04 Feb 2013 19:12:35 +0000 Ismael http://4verbos.com.br/?p=726 Ok, não posso afirmar que essa regra seja invenção exclusivamente minha, pois essa é uma daquelas velhas teorias que se aprende em um bom papo de mesa de bar. Já faz algum tempo, mas isso aconteceu justamente no fim de um happy hour. Estávamos em três amigos na mesa do bar, e ao fechar a conta notamos que bebemos exatamente 10 cervejas. Lembro-me também que o valor total ficou em pouco mais de 60 reais, com direito a porção de tilápia frita – é, já faz muito tempo mesmo! Até aí tudo bem. Mas, de repente, um dos mosqueteiros resolveu reparar no preço da Brahma que havíamos consumido para então lamentar-se “putz, com apenas 6 pilas a mais teríamos tomado Brahma Extra!” Olhamos imediatamente para o indivíduo e o encaramos sem entender direito, com o rostos de quem diz: “explique isso, Einstein” - e ele respondeu prontamente: “ela estava apenas sessenta centavos mais cara”. Confesso que de nada adiantou, acredito que o efeito das cervejas já tinha comprometido o raciocínio. Continuamos com o mesmo olhar, ele então facilitou um pouco: “tomamos 10 cervejas, lembram?” Acredito que naquele momento, e apenas naquele momento, eu tive a mesma sensação que Michael Jackson teve quando inventou o passinho Moonwalker.

Achei aquilo simplesmente genial! Afinal, teria saído apenas dois reais a mais por cabeça por uma cerveja melhor.Então resolvi aplicar essa sábia teoria também com as long necks. Sempre preferi as long necks, não que eu não goste das tradicionais 600ml, é por uma questão mais pessoal, gosto de compará-las às mulheres: são mais bonitas, delicadas e ergonomicamente perfeitas. O raciocínio é rápido e fácil, se vou ao mercado e a lata de Brahma está por 1,95 e a Stella Artois por 2,30, vou gastar apenas 3,50 a mais! Afinal de contas: o que diabos você consegue fazer com míseros 3,50!? E, convenhamos, 10 long necks é um número mais do que suficiente de cervejas para qualquer beberrão cavalheiro. Mas, antes, uma dica: sempre roube para o lado da melhor cerveja, assim você vai ter a ilusão de estar levando ainda mais vantagem. Ou seja, se a pior cerveja custar 1,97 (é claro que para facilitar as contas consideraremos 2 pilas!) e a melhor custar 2,33, não faz sentido não arredondarmos para 2,30. É bastante curioso como isso funciona bem! Em especial quando você está na sexta ou sétima pequena garrafa – sempre vai facilitar as contas.

Acredito que naquele momento, e apenas naquele momento, eu tive a mesma sensação que Michael Jackson teve quando inventou o passinho Moonwalker.

Isso foi apenas o primeiro passo, logo veio a curiosidade de provar cervejas mais “especiais”, que, consequentemente, são especialmente mais caras – mas isso não é uma regra. Um grande amigo apreciador de vinhos uma vez me disse que nem sempre os vinhos mais caros são os melhores, fique atento pois essa mesma dica se aplica às cervejas. Já experimentei cerveja de 60 reais que eu não trocaria por uma de R$ 6. Para quem está começando, e ainda acha um absurdo pagar a média de 12 pilas por uma Baden Baden, ou uma Guinness, sugiro as eisenbahns! São cervejas ótimas, em especial a Eisenbahn Dunkel – é uma cerveja lager escura com um gostinho de torrado no final, degustá-la com comidas mais temperadas ou churrasco é perfeito! E para quem gosta de cervejas mais “leves”, sugiro a Eisenbahn Kölsch – é uma cerveja tipo Ale perfeita para se saborear com peixes. Garanto que em pouco tempo você se dará ao prazer de experimentar uma Newcastle.

Uma coisa curiosa é que há algum tempo atrás, tomar cerveja boa era sinônimo de tomar cerveja importada. Esqueçam essa velha máxima! As cervejarias artesanais ou micro cervejarias brasileiras estão dando show de bola em qualidade, criatividade e bom gosto. Afinal, que outro país teria a ousadia de misturar mandioca ou mel de abelha nas cervejas? Leia-se Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto. E a lista não para por aí, poderíamos incluir a Dado Bier, de Porto Alegre, a Teresópolis, do Rio, Opa Bier, de Joinville… todas marcas com uma gama enorme de sabores e aromas.

E, mulheres, por favor, acompanhem seus respectivos nessa empreitada. Vocês não sabem o quanto é prazeroso dividir uma cerveja agradável com uma companhia deliciosa. Sou casado há quase 2 anos, sei que é pouco tempo, mas vocês não têm ideia do quanto é bom quando minha pequena chega em casa e, de vez em quando, traz duas ou três novas marcas e fala: “ainda não provamos essas, né?” Garanto que em pouco tempo você ficará com o paladar mais apurado e não vai precisar mais da regra das 10, vai aprender a valorizar uma cerveja especial. Até porque, convenhamos: chega uma hora na vida do homem em que a qualidade deve importar mais que a quantidade.

Espera um pouco, sobre o quê estamos falando  mesmo? Mulheres ou cerveja?

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Os ovos mexidos vão te libertar http://4verbos.com.br/os-ovos-mexidos-vao-te-libertar/ http://4verbos.com.br/os-ovos-mexidos-vao-te-libertar/#comments Fri, 18 Jan 2013 16:30:16 +0000 Luciano Marino http://4verbos.com.br/?p=565 Suponhamos que você não seja um grande chef francês, nem um desses convidados da Ana Maria Braga e muito menos Kate Armstrong e Nick em ‘Sem Reservas’. Suponhamos ainda que você nem saiba direito a hora certa de tirar o macarrão da água, ou ele fica duro, ou fica empapado. Nunca há um meio termo e isso te intriga profundamente. Suponhamos além. Suponhamos que você seja um desses sujeitos que veem na receita de um simples arroz carreteiro o quarto segredo de Fátima. E que, para você, uma panela de pressão está mais para uma bomba caseira do que para um utensílio usado no preparo de alimentos. Com essas observações em mente, o que te sobraria se resolvesse cozinhar a sua própria comida?

É, eu sei como é. Não sobraria nada.

Mas, ainda assim, você resolve preparar alguma coisa na cozinha. Você chega em casa depois do trabalho e sente a necessidade de comer algo não enlatado. Alguma coisa rápida, nutritiva, e por questões já mencionadas, sem muita perturbação no preparo. Todos os ingredientes estão lá, mas o problema reside justamente em juntá-los. Você se sente levemente impotente, então prefere não se arriscar e coloca a pizza quatro-queijos da Sadia no microondas. Maldição!

A vida com S é mais gostosa.

Eu continuo sabendo como é.

Na verdade, eu sabia. Tudo mudou depois que eu assisti ao vídeo que me abriu todos os horizontes. Não é apenas um comercial de manteiga, é a passagem para um novo mundo onde você assume o controle sobre a panela que está no fogo. Nunca mais compre atum em lata, nunca mais busque conforto na seção de frios do supermercado, queime todos aqueles imãs de geladeira com telefones de delivery. Liberte-se! Esta receita será o ponto de partida.

:: Assista em HD e tela cheia (vai por mim).

Só tenho um adendo: antes de levar ao fogo, acrescente junto aos ovos uma colher de sopa (?) de creme de leite e mexa bem. Além do sal, tempere também com pimenta calabresa e um pouquinho de manjericão desidratado.

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A lenda do Casillero del Diablo http://4verbos.com.br/a-lenda-do-casillero-del-diablo/ http://4verbos.com.br/a-lenda-do-casillero-del-diablo/#comments Fri, 04 Jan 2013 20:04:55 +0000 Luciano Marino http://4verbos.com.br/?p=482

Fernando Pessoa escreveu certa vez: “Boa é a vida, mas melhor é o vinho.” Nunca entendi direito a citação, como é que alguma coisa pode ser melhor que a vida, que, até onde sei, engloba tudo? Também não sou um profundo entendedor de vinhos. Não chego nem perto de ser um mediano entendedor de vinhos. Na verdade, não entendo bulhufas de nada, nem de vinhos, nem de poesia sobre vinhos. Mas gosto de apreciar um bom tinto de vez em quando, partindo do princípio que não é preciso entender para gostar de alguma coisa. Digo tudo isso porque tenho o meu vinho preferido, o lendário Casillero del Diablo. Lendário porque tem uma história bastante interessante por trás dele, e é disso que eu vim falar aqui.

Visitei o Chile em julho de 2012. Queria conhecer o país de Pinochet, Neruda e Valdívia por inúmeros motivos, e o que não falta naquele hospitaleiro país são motivos para conhecê-lo. Apesar do seu peculiar território de 150 quilômetros de largura por 4.300 de comprimento, é possível encontrar de tudo naquele pedaço de mundo: praias, neve, deserto, tsunami, vulcão, terremoto, favela, brasileiros inconvenientes e, claro, vinhos. O próprio Casillero del Diablo é um dos muitos patrimônios daquele simpático e incrivelmente estreito país. Como nunca havia estado em uma vinícola antes, suspeitei que conhecer Concha y Toro poderia me deixar um pouco menos ignorante em enologia.

Homens são como um bom vinho. Todos começam como uvas, e é dever da mulher pisoteá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar.

Por possuir algumas das melhores condições climáticas e geográficas do mundo, o Chile é o lugar perfeito para uma iniciação ao deslumbrante mundo dos vinhos. Assim que coloquei os pés naquele lugar eu percebi o quanto precisava aprender. Concha y Toro, que foi fundada em 1883 por Don Melchor de Concha y Toro, é a maior e mais badalada vinícola do Chile, exportando seu precioso líquido para mais de 100 países. Seu carro-chefe não poderia deixar de ser o Casillero del Diablo, que tem esse nome por causa de uma lenda iniciada em 1891. Segundo pregam os sommeliers que que guiam os visitantes pela imponente vinícola, o próprio Diabo habitava a adega de Don Melchor para degustar alguns de seus melhores rótulos. Como disse, é uma lenda.

Satanás?! É você, Satanás?

Verdade ou não, turistas do mundo inteiro vão a vinícola para certificar-se da presença in loco do mal encarnado. Os marqueteiros da casa, malditos que são, aproveitaram-se disso e criaram toda uma atmosfera sombria ao lugar. “Venha viver a lenda”, é o que sê lê em seus cartazes publicitários. Mas depois que fui viver a tal lenda, acho que deviam mudar a chamada para “Venha se borrar”. O sujeito está lá caminhando entre os toneis e barris de madeira no subsolo da vinícola e então… zapt. Você jura ter visto um vulto passando em algum lugar. O ‘coisa ruim’, provavelmente. Crianças e adultos entregam-se ao medo, imaginando que a lenda tenha seu fundo de verdade. Céticos e destemidos fingem que não viram nada. Eu apenas tirava fotos e pensava: ainda escreverei sobre isso.

Também tem uma versão bem menos enfeitada onde Don Melchor teria inventado a história para manter ladrões e saqueadores bem longe do lugar. Ou então ele imaginava que algum dia aquilo atrairia turistas que visitavam o Vale Central. De qualquer forma, são hipóteses mais confortantes caso aviste a sombra do capeta numa parede. Impossível não sentir um frio na espinha em algum momento, por mais teatral que aquilo possa parecer.

Mas, voltado ao vinho. Retornei de Santiago um pouco menos tolo e apreciando ainda mais o Casillero del Diablo. Acho que me rendi à lenda. Pelo menos agora eu sei que, por se tratar de um vinho forte, ele sugere pratos igualmente fortes, como carnes vermelhas ou qualquer coisa bem condimentada. Li em algum lugar que a safra de 2007 é especialmente admirada pelo mais entendidos. Se é que posso dar algum crédito aos mais entendidos, por mais que eu me esforce ainda não sou capaz de sentir a textura amadeirada e levemente aveludada em um maldito gole de vinho.

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Picanha de forno ao modo primata http://4verbos.com.br/picanha-de-forno-ao-modo-primata/ http://4verbos.com.br/picanha-de-forno-ao-modo-primata/#comments Fri, 28 Dec 2012 18:35:39 +0000 Luciano Marino http://4verbos.com.br/?p=423 Desde o advento da descoberta do fogo pelos nossos ancestrais praticamente esgotamos todas as maneiras de se assar um pedaço de carne. Vou contar uma aqui que provavelmente seja a melhor e mais bem sucedida criação gastronômica da nossa espécie. E, não, não estou exagerando.

Se você não é do ramo, comece escolhendo direito a peça de picanha. Não me refiro a sair por aí empunhando uma lança para caçar bovinos, ainda que o nome da receita sugira isso. Apenas vá à seção de carnes e leites do supermercado de sua preferência e procure pelas carnes nobres. Não se esqueça do cartão de crédito, as coisas mudaram muito desde a Idade da Pedra Lascada. Em algum lugar haverá picanhas embaladas à vácuo, vá nelas e não discuta, é bem menos constrangedor do que pedir por gentileza ao senhor açougueiro que lhe entregue o animal abatido.

É de carne de coelho que estamos falando?

Quando digo para caçar, digo, escolher direito uma boa peça de picanha, tenha em mente cinco critérios:

1) Uma boa picanha deve ter uma boa altura, coloração e cobertura de gordura uniforme, não muito fina, nem muito espessa. Isso significa que o animal foi bem tratado;

2) Atente-se à quantidade de sangue dentro da embalagem à vácuo, se tiver muito líquido significa que a carne perdeu o seu suco, que é o suprassumo do sabor (isso dá um slogan);

3) Repare também se a peça foi manipulada corretamente pelo frigorífico, ou seja, se não há vestígios de gordura, nervos e aponevroses na parte magra da carne;

4) Certifique-se do selo S.I.F. (Serviço de Inspeção Federal), pode parecer veadagem, e é;

5) E o último e mais importante:  o peso. Não existe picanha com 1,5 kg, a menos que o boi tenha sido um avatar do king Kong. Picanha do rebanho nacional tem – inevitavelmente – entre 950g e 1,1kg, no máximo. Mais do que isso você estará comprando coxão duro por 40 reais o quilo. Imagine só o que seus ancestrais primitivos diriam de uma coisa assim.

Com a caça garantida, nos resta apenas mais um ingrediente: 1kg de sal grosso. Isso mesmo, essa é uma receita sem frescura. Nada de gengibre aromatizado, ervas finas, cominho e essas merdas todas que só prestam para nos deixar calvos e oxidáveis. Na nossa receita só tem carne e sal e não se fala mais nisso.

Muito bem, o que você tem que fazer agora é colocar uma boa música. Cozinhar sem ouvir um clássico do século passado é o mesmo que não cozinhar.

Agora vem a parte difícil. Tire a picanha do vácuo, não a lave, só as garotinhas amedrontadas lavam a carne. Lembre-se, já comemos carniça em determinado momento da nossa evolução, lavar a carne ofenderia a honra de toda a nossa espécie. Coloque o resto mortal do gado em uma assadeira, a parte da gordura deve ficar virada para cima – isso é uma regra. Cubra absolutamente toda a picanha com o quilo de sal grosso (caso alguém esteja por perto te observando, faça cara de quem sabe o que está fazendo, apesar de todo aquele sal, isso lhe impõe a mesma propriedade digna dos grandes chefes) . Pré-aqueça o forno a 180º graus. Coloque assadeira, picanha e sal grosso lá dentro, feche a tampa é vá jogar FIFA.

Só mais uma pitadinhá de sal e ficá magnífic!

…já comemos carniça em determinado momento da nossa evolução, lavar a carne ofenderia a honra de toda a nossa espécie.

Quando terminar o primeiro tempo volte à cozinha, seu prato estará quase pronto. Restará apenas retirar a assadeira do forno (aqui contarei um experiência de vida. Nunca (imagine isso escrito em letras garrafais) NUNCA coloque a assadeira de vidro quente sobre o mármore frio da pia). Retire toda a capa dura de sal que cobre a carne, jogue fora (a capa de sal, não a picanha), fatie a carne e devore como um caçador voraz sedento por sangue.

P.s.: se quiser afrescalhar com a receita toda, após fatiar passe a carne em uma frigideira com manteiga e as malditas ervas finas. Sirva acompanhado de arroz branco e rúcula. Ah sim, coloque também um galhinho de alecrim e outro de tomilho – só para perfumar.

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Você pode viver sem nunca ter feito isso http://4verbos.com.br/voce-pode-viver-sem-nunca-ter-feito-nada-disso/ http://4verbos.com.br/voce-pode-viver-sem-nunca-ter-feito-nada-disso/#comments Mon, 10 Dec 2012 20:52:14 +0000 Luciano Marino http://4verbos.com.br/?p=321 Você pode viver sem nunca ter visto o mar, sem nunca ter escalado uma montanha, sem nunca ter corrido uma maratona, sem nunca ter entendido uma teoria científica, sem nunca ter tomado banho de chuva, sem nunca ter jogado em um cassino, sem nunca ter beijado uma atriz de cinema, sem nunca ter dirigido um Fusca, sem nunca ter apreciado Frank Sinatra, sem nunca ter feito um gol olímpico, sem nunca ter brigado na escola, sem nunca ter conhecido um refugiado de guerra, sem nunca ter colhido maçãs, sem nunca ter assistido Casablanca. Você pode viver sem nunca ter aprendido a empinar uma pipa, sem nunca ter pescado em alto mar, sem nunca ter consertado um micro-ondas, sem nunca ter viajado de trem, sem nunca ter inovado em um corte de cabelo, sem nunca ter pilotado um jet-ski, sem nunca ter observado aposentados jogando dominó numa praça, sem nunca ter lido um romance, sem nunca ter dirigido sozinho numa estrada deserta durante a noite, sem nunca ter fumado, sem nunca ter sido picado por marimbondos, sem nunca ter pisado na neve.

Você pode viver sem nunca ter dançado com a mulher da sua vida em um baile de gala.

Você pode viver sem nunca ter passeado com um cachorro, sem nunca ter socorrido alguém que estava se afogando, sem nunca ter pedido um autógrafo, sem nunca ter dado um autógrafo, sem nunca ter feito uma alguém chorar, sem nunca ter plantado uma árvore, sem nunca ter se enterrado na areia, sem nunca ter atirado uma pedra no rio para vê-la saltando várias vezes sobre a água antes de afundar, sem nunca ter processado alguém, sem nunca ter feito uma fogueira por diversão, sem nunca ter visto um fantasma, sem nunca ter jogado frisbee no parque. Você pode viver sem nunca ter cortado a grama, sem nunca ter cortado o dedo com papel, sem nunca ter montado um cavalo, sem nunca ter feito uma viagem de última hora, sem nunca ter contado estrelas, sem nunca ter levado um soco, sem nunca ter ido ao circo, sem nunca ter dado banho em um cachorro, sem nunca ter lido “A evolução das espécies”, sem nunca ter tido medo de uma turbulência, sem nunca ter quebrado alguma parte do corpo, sem nunca ter pintado um autorretrato, sem nunca ter contado uma estória para uma criança dormir, sem nunca ter estado na Hungria.

Você pode viver sem nunca ter sido entrevistado ao vivo.

Você pode viver sem nunca ter trocado o pneu do carro em uma pista movimentada, sem nunca ter empunhado uma carriola, sem nunca ter pulado uma fogueira, sem nunca ter pisado em esterco fresco de gado, sem nunca ter tido medo de uma recessão, sem nunca ter gostado de rock, sem nunca ter escolhido uma cor preferida, sem nunca ter pingado cera quente de vela na mão, sem nunca ter voado de primeira classe, sem nunca ter usado uma calculadora científica, sem nunca ter se irritado com um vendedor ambulante, sem nunca ter martelado o dedo. Você pode viver sem nunca ter entendido direito a disputa entre palestinos e israelenses, sem nunca ter errado a letra de uma música, sem nunca ter deixado a barba crescer, sem nunca ter tido uma enxaqueca, sem nunca ter chorado de raiva, sem nunca ter se irritado com o canto de uma cigarra, sem nunca ter reclamado dos impostos, sem nunca ter usado camisa xadrez, sem nunca ter citado Nelson Rodrigues, sem nunca ter imitado a fala elada do Cebolinha, sem nunca ter pago a bebida de um desconhecido no bar, sem nunca ter reclamado do calor, sem nunca ter aplaudido uma peça ruim. Você só não pode viver sem nunca ter comido paella.

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Não comi e não gostei http://4verbos.com.br/nao-comi-e-nao-gostei/ http://4verbos.com.br/nao-comi-e-nao-gostei/#comments Thu, 06 Dec 2012 22:24:37 +0000 lisandro http://4verbos.com.br/?p=280 Já comi milho diversas vezes. Na espiga na praia, na salada de maionese, no cachorro quente e até na sopa. Não gosto, simples assim. Com a ervilha é a mesma coisa, com a exceção da sopa de ervilha, essa sim é gostosa. Pode não fazer muito sentido pra você, mas pra mim é simples: não gosto. É mais fácil ser taxativo quando há uma experiência por trás disso. Você busca uma memória, sensações e histórias.

Eu jamais havia cogitado a hipótese de degustar, digerir, saborear nada que viesse da gastronomia nipônica. Logo eu, tão loucamente apaixonado por ventrecha de pacu frita, iria me deixar levar por salmão cru? Nem a pau. Pesava também o fato de rotular de modinha/hipsters/chatos todos aqueles que postavam fotos de comida japonesa nas redes sociais. Não era o que eu queria pra mim.

Comida japonesa é o novo cachorro quente!

Eu não gostava. Mesmo.

Recusei convites para rodízios “de japonês”,  enquanto brotavam novos estabelecimentos do gênero em Cuiabá. Observava aquela moda crescendo através das milhares de fotos no Instagram e sempre me pegava julgando tudo um exagero. A essa altura até a minha esposa já havia experimentado e eu seguia firme e forte na opinião de que aquilo não me interessava. Lá no fundo eu queria mesmo experimentar, tudo parecia tão apetitoso, mas a minha chatice era maior. Até que um amigo usou um argumento que eu desconhecia. “Come um temaki com salmão frito, é bom”. Opa! Aí muda de figura.

Será?

Experimentei o tal temaki de salmão frito. Depois criei coragem e parti pro sushi e todas as outras iguarias cruas.

Olha.

Descobri uma absurda paixão gastronômica e cada vez que lembro os motivos que me fizeram demorar tanto pra chegar nisso eu como um pouco mais.

Trocar de caminho, mudar a cadeira de lugar, pedir uma promoção diferente no fast food preferido. Não adianta. Nunca é fácil mudar quando o gosto entra na rotina. No fim das contas todo mundo tem um motivo pra fazer as mesmas escolhas. Trocar um prazer certo por um incerto não parece muito inteligente mesmo. Mas a fronteira entre ter uma experiência incrível e continuar na vidinha segura de sempre pode ser só a coragem pra tentar.

O que será que eu perdi até aqui?

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